Posto hoje, as colunas que publiquei em julho no site da Rádio Web Manawa,
a "Voz da Resistência", da grande radialista gaúcha Beatriz Fagundes.
Ela está no ar de segunda a sábado, da 9 hs às 12 hs e de segunda a sexta-feira, das 19 hs às 21 hs.
Escutem porque vale a pena!
http://www.manawa.com.br/
a "Voz da Resistência", da grande radialista gaúcha Beatriz Fagundes.
Ela está no ar de segunda a sábado, da 9 hs às 12 hs e de segunda a sexta-feira, das 19 hs às 21 hs.
Escutem porque vale a pena!
http://www.manawa.com.br/
A primeira coluna
5 de julho de 2017
Esta é a minha primeira coluna para o site da Rádio Web Manawa e acho
que devo começar me apresentando: em outubro de 1947 nasci em Porto Alegre, hoje moro em
Florianópolis, sou colorada, figueirense e socialista.
Tenho amores: Xico, meu marido, meus filhos Ricardo e Miguel, as
noras Tatiane e Patrícia, os netos: Gabriel, Ramiro, Marcelo e Luiza, os amores que o Xico me
trouxe, os amigos-parentes e os parentes-amigos.
Gosto de gente, de política, de ouvir música, de cantar, de
fotografia, de cinema, de viajar, de nuvens e de muitas outras coisas. Gosto muito de viver!
Já vivi em Porto Alegre, no Chile, em Brasília, em Campinas/ SP e assim
fui fazendo amigos e amigas que hoje estão espalhados pelo mundo. Alguns, de quem tenho muita saudade, não estão
mais no nosso planeta. E foi uma destas amigas que, há muitos anos, me “apresentou” o
programa da Beatriz Fagundes na Rádio Pampa.
Foi amor à primeira ouvida e virou um vício, rsrsrs.
Quando ela deixou de apresentar seu programa na Rádio Pampa, de Porto Alegre, alguma coisa ficou faltando nas minhas manhãs.
Mas, pouco tempo depois, voltamos a ter a companhia da Beatriz na Rádio Web Manawa que, corajosamente, criou com a ajuda do filho Jefferson.
Hoje, a considero minha amiga e minha gêmea separada de mim
no berço, porque somos parecidas em muitas coisas.
Quando ela falou no programa que haveria colunistas no novo site da rádio, não
precisou nem me convidar porque eu imediatamente me escalei.
Agora, escrevendo esta primeira colina, estou morta de medo.
Bem feito
pra mim, quem mandou ser uma filha única metidinha a sebo que adora se exibir!
Espero ter coragem e não parar na primeira.
Espero ter coragem e não parar na primeira.
E não parei, rsrsrsr
Não ver, não ouvir e não falar…
6 de julho de 2017
Quem não
conhece estes três macaquinhos?
Fui procurar
no Oráculo Google e me surpreendi porque eles são milenares: “ilustram a porta
do Estábulo Sagrado, um templo do século XVII localizado no Santuário Toshogu,
na cidade de Nikkō, Japão.” São conhecidos como “Os Três Macacos Sábios” e têm
nome, Mizaru (o que cobre os olhos), Kikazaru (o que tapa os ouvidos) e Iwazaru
(o que tapa a boca).
Por que
estou falando deles? É por que
desde os protestos de 2013, os macaquinhos começaram a frequentar o Facebook
com espantosa assiduidade!
No início
vieram só dois, Mizaru, o que não vê, e Kikazu, o que não escuta, mas, depois
do golpe, Iwazaru, o que não fala, resolveu se juntar aos amigos.
Eles se manifestavam em
conjunto, num discurso uníssono e com o codinome “coxinhas”.
Quem eram os
“coxinhas”? Eram os cegos e surdos por opção e que, agora, são também mudos por
opção!
Cegos porque
não viam nada de positivo nos governos do Lula e da Dilma e nos partidos de
esquerda. Surdos porque não queriam ouvir nossos argumentos.
Mas, agora,
estão mudos e bem mudos.
Acredito que
tudo na vida são escolhas e que mesmo sem escolher, estamos escolhendo. Não posso deixar de ficar com pena dos que escolheram ser cegos e mudos num momento
em que o Brasil estava vivendo seu melhor momento desde o seu “descobrimento”.
Fico com
pena deles porque hoje não sabem o que fazer e não têm como não ver os
verdadeiros canalhas que seus líderes são e sempre foram porque, afinal, a Rede
Globo não está mais querendo esconder…
p.s.1 Não
briguem comigo porque tenho pena deles. Sou assim mesmo, de vez em quando sou
querida, rsrsrs.
p.s.2
“Mizaru Kikazaru Iwazaru, que literalmente significa: miru=olhar,
kiku=ouvir,iwa=falar e zaru=negar é uma forma de lembrar que se os homens não
olhassem, não ouvissem e não falassem o sobre mal alheio, teríamos comunidades
pacíficas com paz e harmonia.”
As Palavras
13 de julho de 2017
As palavras sempre carregam um significado. Pensem em "bonito”,
“feio”, “balaustre”, “com”, “sem”, “de”, “entre”, “inconstitucionalíssimamente”…
Enfim todas, até “enfim” e “todas,”rsrsrs.
Enfim todas, até “enfim” e “todas,”rsrsrs.
Se eu disser “cadeira” todos os que entendem a língua portuguesa vão
saber a que objeto me refiro e vai acontecer a mesma coisa se eu disser
“tristeza” ou “fome”. Elas podem significar um objeto, um sentimento, qualquer coisa…
Dia destes, um amigo ficou indignado porque a palavra “gringo” não
estava mais sendo usada pelos gaúchos como costumava ser, significando
“descendentes de imigrantes italianos”.
Bobagem dele porque a língua é um elemento vivo e está sempre em
movimento!
Como nós, as palavras nascem, podem morrer na semana seguinte, podem
entrar para o dicionário e podem até estar no dicionário e nem serem mais
usadas.
E elas podem também mudar de ideia, rsrsrs. Como? Por exemplo, o que
era “bonito” no século passado pode não ser mais “bonito” hoje.
E porque escrevo isto agora?
Porque li na Zero Hora sobre a condenação de Lula: “O petista foi acusado pela força-tarefa
da operação Lava-Jato de receber propina da construtora OAS, que tinha
contratos com a Petrobras”.
Não era o "ex-Presidente Lula", era “o petista”!
Não era o "ex-Presidente Lula", era “o petista”!
Lembram do chamado “mensalão do PT”, que começou em 2005?
As pessoas que foram indiciadas eram: 10 do PT, 9 publicitários, 5 do
PP, 4 do PR, 4 do Banco Rural, 3 do PTB (incluindo o presidente do partido), 1
do PMDB e dois corretores.
Tá bem, vocês podem me dizer que chamaram assim porque a maioria era
ligada ao PT e eu até poderia concordar. Mas, podem ter certeza, quando a
imprensa dita livre começou a divulgar este “apelido”, sabia bem o que estava
fazendo e qual era o objetivo disto.
Não é por casualidade que o primeiro “mensalão”, o de 1998 em Minas
Gerais, nunca foi o “mensalão do PSDB”, pode até ser, no máximo, ao mensalão tucano.
Os governos Lula e Dilma, eram chamados de “governos do PT” e os
petistas ficavam faceiros e orgulhosos (até eu, petista na época). Todos nós
sabíamos que eram governos de coalizão, mas aceitávamos o apelido.
Como o golpe vem sendo gestado há muito, penso que estes apelidos
não foram usados por acaso; foram e ainda são usados como mensagens
subliminares. Sorrateiramente, estas palavras repetidas à exaustão, chegam ao
nosso subconsciente e ali se instalam.
Tenho certeza que esta tática fazia e faz parte do processo de
“excomunhão” do PT e das esquerdas e que é por isto que o ex-presidente Lula, um dos líderes
mais respeitado do mundo, que saiu do governo com 83% de aprovação, é “o
petista”.
Transformar em ofensa a palavra “petista”, inventar a palavra
“petralha”, tirar da sigla “PT” o seu significado de luta pela justiça social,
foram formas muito bem pensadas para tentar acabar com a grandeza que o Brasil
alcançou com os governos de Lula e Dilma!
As pessoas e as criaturas/ 28 de julho de 2017
Tenho uma amiga que costuma usar a expressão “Assim como são as
pessoas… são as criaturas”, quando ela não acha explicação melhor para algum
comportamento do tal do elemento humano que, realmente, às vezes é muito
difícil de entender…
Eu divido as pessoas em duas “categorias” (pretensão e água benta cada
um usa o que quer, rsrsrs).
A primeira é a categoria das pessoas conseguem olhar para
fora de si mesmas, veem o todo e se sentem fazendo parte desse todo invisível
aos olhos, têm uma percepção panorâmica, como se os fossem uma filmadora se
movendo horizontalmente.
Esta é, também, a categoria dos que sabem que existe um passado que
influencia o nosso presente, que por sua vez, vai influenciar o nosso futuro e
assim por diante, indefinidamente…
Já a segunda categoria é a daqueles que a percepção pontual, estática,
como se fosse uma fotografia.
Como vão se sentir fazendo parte? Se não há o todo, também não poderá haver
as partes.
Só conseguem ver o que está acontecendo agora, como
se o que está acontecendo agora tivesse brotado do chão, simplesmente…
Se for verdade que estas duas categorias existem, quem sabe não será
esta a diferença entres as pessoas e as criaturas?
Imagino que os que não estão “fazendo parte” não têm como ver o outro,
não tem como colocar-se no lugar do outro e, portanto, não tem como ser
solidário e generoso.
O Facebook tem sido para mim um terrível exemplo da existência de um
grande número de pessoas insensíveis à miséria, à fome, à injustiça, aos
problemas que enfrentam os negros, os gays, as mulheres...
Demonstram
ser insensíveis aos problemas sociais que voltam a atingir grande parte dos
brasileiros.
É, simplesmente, porque não enxergam o outro.
Depois me lembro com tristeza: são as pessoas da minha segunda categoria.
p.s. A ilustração é a xilogravura de 1922, “Oito cabeças” de M.C.
Escher
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