14.2.23

meu amigo, Jun

Jun Nakabayashi foi embora em agosto de 2022 e ainda hoje sinto uma grande tristeza. Escrevi este texto naquela ocasião, mas por algum motivo que não lembro, não postei. Posto agora.

Cada querido da gente que se vai é um pedaço da nossa vida que vai junto. Nos relacionamos com cada um deles de uma forma única porque cada um deles é único. Todos são insubstituíveis e deixam em nós uma parte vazia que preechemos com as lembranças.

Cheguei em Concepción, no sul do Chile, em julho de 1971. Renato Dagnino, então meu namorado e hoje pai dos meus filhos Ricardo e Miguel, já estava lá e fui encontrá-lo. Ele fugia da perseguição movida pela ditadura brasileira que o afastou por quatro anos da UFRGS. Ao contrário dele, apesar de participar do movimento estudantil em Porto Alegre, não havia nenhuma acusação contra mim. 

A cidade tinha menos de 400.000 habitantes e uma das universidades mais importantes do país, a Universidad de Concepción. Fazia muito frio, chovia e ventava muito. 

Não havia muitos brasileiros, porque a grande maioria preferia viver em Santiago. Quando cheguei, éramos nove, mas depois outros foram chegando.

Concepción, 1971

No meu primeiro dia na cidade fui presenteada com um "temblor", um terremoto fraquinho. Estava em uma reunião na universidade e foi lá que conheci Jun, Lúcio e Bene, estudantes e militantes do MIR (Movimento de Esquerda Revolucionária). Jaime, Bretas, Percy e Célia Sampaio (um casal já com filhos), os outros brasileiros que viviam em Concepción, conheci dias depois.

Sempre tive um grande carinho pelo Jun e até hoje não sei muito bem o porquê. Filho de japoneses era, como se costumava dizer, "um cara na dele", bem ao contrário de mim que falo até com os cachorros da rua, rsrs. Sempre foi assim, mas, de vez em quando, ele perdia a paciência comigo!

Convivemos por quase três anos e,  por alguns meses, moramos juntos: Jun e Marta (sua companheira argentina), Renato e eu.

Foram  maravilhosos os tempos que vivemos no Chile até que o golpe do Pinochet, em 1973 acabou com o nosso sonho da possibilidade de uma transição pacífica ao socialismo, pregada por Allende. 

Naquela ocasião, Renato e eu estávamos em Concepción, Marta estava na Argentina para o parto da primeira filha, Adriana, e Jun estava em Osorno, cidade mais ao sul, onde lecionava na universidade. Não havia forma de nos comunicarmos com ele.

Logo que cheguei,  dois anos antes, fiz amizade com o consul honorário do Brasil, um senhor inglês. Esta amizade foi muito útil nos dias posteriores ao golpe porque, com a ajuda dele consegui localizar o Jun, mas como isto foi a muito tempo, não lembro bem como aconteceu. 

Quando ele esteve em Porto Alegre, em um dos foros sociais mundiais, perguntei o que havia acontecido na prisão e ele, então, me contou toda a tortura que sofreu. Chorei muito, mas no dia seguinte, não lembrava de nada, como não lembro até hoje. O relato foi tão terrível que preferi esquecer.

Depois, obrigado a sair  do Chile exilou-se na Europa. Durante o tempo em que esteve fora do Brasil trocamos algumas cartas, mas acabamos perdendo o contato. Só de vez em quando recebia alguma notícia dele dada por algum amigo comum.

Foi quando eu morava em Campinas, entre o segundo semestre de 1978 e  a metade de 1979, que Jun foi anistiado e pode voltar ao Brasil. Não é frase de efeito, não, "lembro como se fosse hoje" do momento em que soube. Voltava para casa e, no rádio do carro, escutei a notícia de que ele havia chegado em São Paulo. No mesmo dia, peguei o guia telefônico e tentei encontrar a irmã dele que conheci em Concepción. Falei com vários Nakabayashi, até encontrar o Jun e lembro o quanto fiquei feliz! 

Campinas, 1979

Depois, separou-se da Marta com quem teve dois filhos, casou com a Célia e cada vez que eu ia a São Paulo, me levava para passear e conhecer a cidade! Como vou sentir saudade dos nossos passeios...

Foi um cara e tanto, cheio de amigos! A última vez que nos vimos foi em 2019, quando nos reunimos com os moradores de Concepción que hoje vivem em São Paulo. Depois disto, só conversamos pelo telefone.

São Paulo, 2019

Pois é, cada querido da gente que se vai é um pedaço da nossa vida que vai junto. 

Beijo e saudade, Jun.

9.7.22

¡Ojalá todo cambie!

Escutando Mercedes Sosa, que estaria de aniversário hoje.

Me sinto feliz por ter tido a oportunidade de vê-la no palco e de me emocionar com ela, como estou me emocionando agora.

O Brasil, neste momento triste, ficou lá fora.

O mundo em guerra ficou lá fora.

De vez em quando é preciso fugir. Gracias, Mercedes.


Aqui, feliz, dança e canta com o público, uma "cueca" do chileno Júlio Numhauser:


"Cambia lo superficial

Cambia también lo profundo

Cambia el modo de pensar

Cambia todo en este mundo

Cambia el clima con los años

Cambia el pastor su rebaño

Y así como todo cambia

Que yo cambie no es extraño

Cambia, todo cambia...

Y el más fino brillante

De mano en mano su brillo

Cambia el nido el pajarillo

Cambia el sentir un amante

Cambia el rumbo el caminante

Aunque esto le cause daño

Y así como todo cambia

Que yo cambie, no extraño

Cambia, todo cambia, sí, señor, ya cayo, ya cayo

Cambia, todo cambia...

Y el sol en su carrera

Cuando la noche subsiste

Cambia la planta y se viste

De verde en la primavera

Cambia el pelaje la fiera

Cambia el cabello el anciano

Y así como todo cambia

Que yo cambie, no es extraño

Cambia, todo cambia...

Pero no cambia mi amor

Por más lejos que me encuentre

Ni el recuerdo ni el dolor

De mi pueblo y de mi gente

Y lo que cambió ayer

Tendrá que cambiar mañana

Así como cambio yo

En esas tierras lejanas

Cambia, todo cambia…

Pero no cambia mi amor

Por más lejos que me encuentre

Ni el recuerdo ni el dolor

De mi pueblo y de mi gente

Y lo que cambió ayer

Tendrá que cambiar mañana

Así como cambio yo

En estas tierras lejanas

Cambia, todo cambia..."


25.2.22

Lembranças do Facebook


Fevereiro de 2016:
"Antes de militar no PT, a partir de 1990, fiz política estudantil na universidade e fui simpatizante do gupo da Dilma no PDT.

Me interesso por política desde que nasci porque conviver com os Sampaios era ouvir conversas sobre políticos e discussões políticas desde muito cedo. Meu avô, em 1954, foi candidato a governador do Estado pela Frente Popular e eu, com 7 anos, participei da campanha!

Nunca aceitei gurus, nem o "centralismo democrático" e nem algumas outras características que os partidos de esquerda tinham e que me lembravam a “santa madre igreja” (os amigos de esquerda entenderão sobre o que eu falo).

Infelizmente, o PT onde eu militei e que eu defendi com ardor acabou.

Não vi o partido chamar para nem uminha mobilização em apoio ao governo Dilma! Quem chama é a frente da qual o PT faz parte.

Que absurdo é este?

Agora, quando três senadores do PT não estavam presentes nesta votação fundamental, para alguns companheiros de esquerda a culpa é da Dilma e muitos estão declarando não apoiar mais o governo porque "cansaram" dos seus erros.

Deixar de apoiar a Dilma e fazer o que mesmo?

Quem sabe não seria bom aceitar que o PT mudou e mudou muito!

Quem sabe não está na hora de encarar de frente esta tristeza?

O PT deixou pelo caminho a sua ideologia e, assim como outras experiências mundiais, a “burrocracia” tomou conta dos rumos do partido e tornou-se maioria!

Todo o meu apoio ao Governo Dilma!

1. não lembro mais a que votação me referia na época, se alguém souber por favor me diga. Fiz uma busca no Google e não achei nada;

2. em 2015, também no FB, declarei que era Dilmista e não mais petista. Hoje, acredito que Lula é muito maior do que o PT.


Fevereiro de 2017

Todos nós que lutamos por um outro mundo e que acreditamos na utopia do “hombre nuevo” estamos nos sentindo como escreve Maria Lucia Dahl. Ainda acredito que um outro mundo é possível, mas, certamente, com outras pessoas...

 "Estive pensando muito na minha geração, da qual fui fã e tiete. Admirei e defendi ardorosamente toda a sua virada de mesa dentro de um contexto geral: político, social, sexual, bissexual, feminista, libertário e até na revolução da moda , das saias, dos cabelos, reflexo imediato do pensamento revolucionário.

Mas agora, depois dessa mesma geração estar no poder comecei a repensar nossas atitudes. Pra mim, 68 não tinha erro, embora fosse uma geração experimental e nem toda experiência seja fadada ao sucesso, mesmo que eu continue achando muito melhor tentar do que ficar parado, até prova em contrário.

Quando o pai da minha filha, líder estudantil e exilado político, discursava na Cinelândia, ao lado de Vladimir Palmeira, dizendo: “Nós vamos tomar o poder”, eu me preocupava, porque os achava jovens demais, sem experiência nem prática, apenas terminando a faculdade.

Então, trinta anos depois, quando finalmente tomamos o poder, pensei: “agora tudo vai dar certo. Está todo mundo mais velho, mais sábio, mais experiente e amadurecido em suas ideias. O que eu não podia imaginar era que, pelo menos a maioria não pensava mais daquele jeito.

Como posso admitir que alguém vá preso e torturado por um ideal se realmente não acredita nele acima de tudo? Ninguém é crucificado pra ficar rico, privando o povo de escolas, hospitais, aposentadoria, dignidade. Isso pra mim não bate. Ou se está de um lado ou de outro.

Será que, diferentemente do que eu achava, se tivessem tomado o poder quando jovens, teria sido diferente? Que só jovem tem ideologia? Que com a idade troca-se a ideologia pelo poder? Que a força da grana, como diz Caetano, ergue e destrói coisas belas? Que éramos apenas sonhadores, como dizia Bertolucci? Libertários na ficção, na imaginação e que a teoria, na prática era outra?

Por um momento fiquei confusa, até constatar que continuo acreditando nos mesmos valores: democráticos, políticos, sociais, bissexuais, feministas, libertários. Continuo acreditando em “liberdade sem medo”, que era o lema de Summerhill, o que havia de mais amoroso e avançado em matéria de educação, continuo acreditando no amor e na paz como condições definitivas para o progresso, continuo apoiando a verdade contra os fingimentos da década de 50, cheios de garçonnières, esconderijos, traições, mentiras.

Mas infelizmente, não acredito mais no ser humano. Não era o pensamento nem o ideal da minha geração que estavam errados, ambos estavam certíssimos, e não tenho dúvidas de que pertencia a uma juventude que queria mudar o mundo de verdade.

Não acho que tenhamos sido apenas sonhadores. Nossa teoria estava certa e o sonho só acabou, como disse Lênin e depois Lennon, porque o homem continua bárbaro e não evolui um segundo da Idade da Pedra, até agora, em matéria de consciência.

Prefere a guerra, o desamor e o sofrimento em nome do dinheiro e do conforto. Mas que conforto, se o feitiço virou contra o feiticeiro? Quem espalha miséria, sofrimento, escravidão, receberá tudo isso de volta. É a lei do retorno, da consciência, dos atos.

Para que vivêssemos em paz, bastaria amar o próximo como a nós mesmos. Por isso acho que não foi Summerhill que errou em dar liberdade sem medo às crianças, não é a opção sexual que nos faz melhores ou piores, mas o fingimento, a mentira. Tudo o que não for verdadeiro sairá do fundo do poço, felizmente sobrando a esperança, como na caixa de Pandora. Basta saber o que fazer com ela.

Por que não foi o sonho que acabou, mas o homem que escolheu o pesadelo."



 

29.1.22

A história de um CD histórico: “Águas Abertas” de João Palmeiro.

O músico João Palmeiro  faleceu no dia 23 de janeiro passado, em Porto Alegre.

Apesar de ser o talentoso autor de inumeráveis canções, só teve um CD gravado do qual eu tive  a alegria de ser a produtora. 

Aí vai o relato do que lembro, 27 anos depois da gravação. Abraço a todos e espero que curtam!


Quando criança, eu ia muito à piscina do Grêmio Náutico Gaúcho, clube cujos sócios eram na sua maioria moradores do bairro Menino Deus, em Porto Alegre.

Havia um sobrado antigo onde, no andar de cima, ficava o salão de baile. Lembro que em algumas tardes, subia a escadaria para ver e ouvir uns guris, mais velhos do que eu, que tocavam e cantavam lá.

Adolescente, deixei de ir ao clube.

A vida seguiu: casei, morei no Chile, em Brasília, em Campinas, tive filhos, me separei e voltei a morar em Porto Alegre no início de 1980. 

Ao retornar, fiz amizade com o Toneco, que me convidou para fazer vocal num show dele e do Giba Giba, em 1982. Sempre gostei de música e sempre cantei: nas festas da escola, no orfeão artístico, no coral de câmara, nas festas com os amigos, com os colegas da faculdade de arquitetura, onde tinha chance... Cantar com eles foi a minha porta de entrada para conhecer e fazer amizade com muitos músicos.

E foi assim que fiz amizade com o João. Ele era um grande contador de histórias e eu gostava muito de ouvi-las. Carinhosamente, me chamava de Mariazinha, a princesa portuguesa, e para mim ele era o João das Palmeiras! E não é que mais tarde descobri que era ele um daqueles guris que eu via e ouvia no Gaúcho? rsrs

Mas, o João era um ser complexo: em um momento era afável, carinhoso, bem-humorado e, no momento seguinte poderia ficar muito irritado e até violento, mesmo com os amigos mais queridos. Acho que tinha consciência disso, já que na letra de “Armadilhas” ele nos disse: “quem me pensa as feridas, se eu agrido os amigos...”.

Nessas ocasiões se transformava em uma outra pessoa, ficava difícil lidar com ele e o melhor era se afastar até que tudo passasse. Logo passava e os amigos sempre o perdoavam.

Naquele tempo, João morava em um antigo casarão em Teresópolis, na companhia dos músicos Zé Caradípia e dos saudosos Cenair Maicá e Talo Pereira. As portas ficavam sempre abertas para os amigos que se encantavam com suas muitas e lindas composições.

E foi nestas idas à casa dele que Toneco, Glória Oliveira e eu, começamos a incentivar o João a gravar suas criações.

O Coordenador de Música da Prefeitura de Porto Alegre era Carlos Branco, meu amigo desde o final dos anos 80 quando eu programava e produzia “O choro é livre” no Theatro São Pedro e quando ele ainda era um baita violonista e um grande “chorão”.

Branco havia criado um projeto com o objetivo de gravar músicos “da antiga” que nunca tinham tido o seu trabalho registrado. O primeiro da série foi o LP da Banda Municipal do Maestro Macedinho e o segundo ainda estava sendo pensado. Aproveitei a chance, fiz a proposta, ele aceitou e só faltava convencer o artista.

E não é que o João começou a se entusiasmar? Mas, ainda com um pouco de dúvida porque a prefeitura estava com o PT e ele não gostava dos “barbudinhos”, apesar de ter vários amigos de esquerda, inclusive eu. Expliquei que ele não teria contato com ninguém do governo, a não ser com o Branco e deu certo, ele aceitou!

Seriam lançadas mil cópias em CD, não em LP. Não gostei disto, porque naquela época os CD´s ainda eram raros e os CD’s Player muito caros. Achei que pouca gente teria a chance de ouvir. Mas por sorte, o Branco não me deu bola, rsrs!

Era início de 1994, João, Toneco e eu começamos a planejar o CD e a estabelecer algumas diretrizes:

- só seriam convidados para participar os intérpretes que já haviam cantado as composições dele (uma pessoa que até ali tinha desconhecido o seu trabalho me procurou e queria cantar. Brigou comigo quando eu disse que não);

- a escolha dos instrumentistas seria feita pelo João e pelo Toneco;                       

- os arranjos e a produção musical seriam do Toneco. Um belo dia, uma certa pessoa sussurrou no ouvido do João que o Toneco não poderia exercer as duas funções ao mesmo tempo e deixou ele em dúvida. Claro, este alguém queria ser o produtor musical do CD. Conversei com o João, dei um corridão no dito cujo e pronto, assunto resolvido;

- não seria consumida bebida alcoólica durante as gravações (não queria correr o risco daquele "outro João" aparecer por lá) e inventei que esta era uma exigência dos dirigentes do estúdio;

- todas as gravações seriam feitas à noite, horário em que todos estariam disponíveis. Eu o buscaria em casa para que participasse das gravações e depois o levaria de volta;

- o João não queria cantar, então respeitaríamos a sua vontade e ele não cantaria;

- as fotos para o CD seriam feitas por seu grande amigo Assis Hofmann.

Havia ainda um “pequeno” problema: a verba disponível era mínima e não haveria como pagar cachês. Problema logo resolvido porque TODOS os convidados aceitaram e, mais, se sentiram honrados, porque eram amigos e admiradores do João.

Lembro de um deles, que era militante da antiga ARENA, ter me contado que ficou muito espantado por ter sido convidado para participar, porque a prefeitura estava com o PT.

A gravação seria no estúdio da ISAEC, na época comandada pelo Francisco Aneli, o técnico de som seria o o Luiz Bozó (hoje Luca Pedregosa, feliz da vida na Itália) e a assistente de estúdio a Daise Dockhorn.  Um pessoal muito querido que logo se entusiasmou com o projeto.

Toneco, eu e João escolhemos dezoito músicas, uma pequena amostra de suas inúmeras composições. Cada intérprete cantaria a música que esteve ou estava no seu repertório.

As músicas escolhidas foram: Santuário, Rio do Siriú, No tempo (parceria com Robson Barenho), Ontem, hoje e amanhã, Onde singram e balouçam as canoas d’um pau só, Caminho do Oswaldino (parceria do Zé Caradipía), O trabalho do Milton, Armadilhas, Águas abertas, O orvalho e a rosa (parceria com Mutinho), Outonal (parceria com Ivaldo Roque), A solidão vertical do edifícios, Mirante, Girassóis (parceria com Clóvis Alegre que hoje se assina Alegre Corrêa), Moça Litorânea, Samba da Borges (outra parceria com Mutinho), Popa de leque e O calhau.

Isto posto, foi escalado o time de intérpretes e instrumentistas:

Participaram do CD como intérpretes: Fátima Gimenez e sua filha Adriana, Flora Almeida, Glória Oliveira, Josiane Picada, Zé Caradípia e Heleno Gimenez nos vocais.

Os instrumentistas foram: Adão Pinheiro (piano e arranjo da sua faixa), Argos Montenegro (bateria), Beto Bollo (violão), Chico Gomes (flugelhorn) Clóvis Ibañez (harmônica), Evaldo Guedes (contrabaixo acústico), Fernando do Ó (percussão), Geraldo Flach (piano e arranjo de "orvalho e a Rosa"), Luiz Carlos Borges (acordeom), Pedro Figueiredo (flauta), Renato Borghetti (gaita ponto), Ricardo Arenhaldt (bateria), Ricardo Pereyra (cello), Toneco da Costa (produção musical, piano, violão e arranjos) e Zé Caradipía (violão).

Entusiasmado, João mudou de ideia e resolveu que também cantaria! Ele cantando foi uma grande surpresa para nós porque era a primeira vez em que entrava num estúdio e gravou como um  profissional.

Em junho de 1994 as gravações começaram. O clima foi sempre de muita alegria, com o João felicíssimo na companhia de seus amigos queridos vendo o seu trabalho sendo curtido e valorizado.

Tudo decorreu muito bem, com alguns pequenos percalços, rsrs. Lembro de alguns:

- O contato com o Borghetti foi feito pelo João e quando ele chegou no estúdio não sabia em que músicas participaria (seria em duas, ambas cantadas pelo João).  Levou uma gaita ponto que só “tocava” em um determinado tom (não sei se todas eram assim), mas o João já tinha gravado cantando em outro tom. E, para piorar a situação, o Borghetti só poderia gravar naquela noite porque já tinha uma viagem programada.

Foi quando o Bozó lembrou de umas “máquinas” antigas que havia no estúdio, que tinham vindo dos Estados Unidos em 1970, quando o estúdio foi montado pela Igreja Evangélica de Confissão  Luterana. Foi a nossa salvação!

Moral da história: o Borghetti tocaria no tom da sua gaita, mas a tal máquina modificaria o som a ser gravado passando para o tom em que o João cantava. Mas, para complicar um pouco mais a vida do Borghetti, ele tocaria em um tom e nos fones de ouvidos escutaria o João cantando em outro.

Mas, tudo saiu perfeito, com Borghetti improvisando e mais uma vez mostrando ser um grande músico!

- o pai do João era militar e ele gostava muito de armas. Tinha porte e andava sempre armado. Por isto, combinamos que logo que chegássemos no estúdio ele me entregaria a arma que ficaria "bem quietinha" dentro de uma sacola. Quando saíssemos do estúdio eu devolveria. 

Numa noite ele entrou no carro, me mostrou um soco inglês e disse que não me entregaria. Tive um chilique, parei o carro e disse que ele descesse com o seu soco inglês. O coitadinho se assustou com a minha reação e achou que seria melhor me entregar.

- Em uma outra noite, entrou no carro com uma garrafa de vinho e uma taça. Embrabeci, mas não adiantou nada. Chegamos no estúdio e a primeira coisa que ele fez foi encher a taça e beber. Bem nesta hora, entra no estúdio o Aneli, que quase nunca aparecia. O João não sabia o que fazer. Ficou completamente sem graça, escondeu a taça e a garrafa e não tomou mais o vinho.

- No final das gravações o estúdio ofereceu um churrasco em sua homenagem. O clima era de seriedade e o ele estava bem faceiro. Lá pelas tantas, surgiu aquele outro João e começou a fazer um discurso sobre o exército brasileiro na guerra. Foi se empolgando e o Toneco e eu sabíamos que não ia dar certo. Então, o Toneco, que estava ao lado dele, deu-lhe uma joelhada por baixo da mesa e na mesma hora ele ficou querido de novo.

Agora fico pensando naquela passagem, acontecida em 1967, quando o grupo “Canta Povo”, do qual o João fazia parte, estava pronto para assinar um contrato com a Philips e João brigou com o diretor artístico da gravadora Armando Pittigliani. Quem sabe faltou alguém que desse uma joelhada nele por baixo da mesa?

Pois é, este era o João das Palmeiras, um menino transgressor. Não foi por acaso que durante muitos anos ele foi pra nós o Joãozinho.

O CD, modéstia à parte, rsrs, ficou muito bonito, fez muito sucesso e os que participaram comentam que se sentem orgulhosos. João ficou feliz e, o mais importante, seu talento foi reconhecido  e  valorizado. 

Foi lançado em 1995, com um show no Teatro Renascença, em Porto Alegre com a presença de quase todos os músicos que participaram do CD e com o teatro lotado. João ameaçou não ir, se atrasou, mas foi. E tudo saiu perfeito, para alegria geral!

Capa do CD


Contracapa

p.s. -  fiz um vídeo com os contatos de momentos da gravação, escaneados por mim. A qualidade não está lá muito boa, mas dá para ter uma ideia de como foi.

p.s. 2 - no meu canal do youtube, está o CD "Águas Abertas" em duas partes. 
Na playlist "João Palmeiro" estão todas as faixas separadamente



p.s. 3 - quero agradecer aqui à querida Caroline Capela, filha do coração do João, e que cuidou dele com muito carinho quando foi preciso.






Uma das últimas fotos do João, de Andressa Pufal, na excelente reportagem cultural "A bossa com sotaque gaúcho" (sobre o João), de autoria de Paulo Cesar Teixeira, publicada em outubro de 2021, no Jornal do Comércio em Porto Alegre.








6.1.22

La Golondrina

Há algumas músicas que tocam o meu coração, vão bem lá dentro.

Uma delas é "La golondrina" ( A Andorinha) e quando fiquei sabendo sua história, a música me tocou mais ainda.

Narciso Serradell, mexicano, compôs a melodia em 1862, quando esteve exilado fujindo da invasão francesa. A letra é um poema escrito em árabe, pelo último rei muçulmano Aben Humeya, de Alpujarras (sul da Espanha), lugar que teve que abandonar após ser vencido lá por 1500, com tradução de Niceto Zamacois.

Na época em que foi composta tornou-se o hino dos exilados mexicanos.

Foi gravada por vários grupos e cantores, entre eles, Nana Mouskouri, Caetano Veloso, Elvis Presley, Nat King Cole e Plácido Domingo.


 

"En el siglo XIX el águila representaba el carácter militar de un país que luchaba por su autonomía bajo las armas francesas. La diferencia del águila se encuentra en la golondrina, una avecilla, que fue inspiración de poetas y músicos, muestra sensible y poética de lucha, que exigía su libertad."

em http://indreamsonly.blogspot.com/2011/07/la-historia-narciso-serradell-sevilla-y.html

 

Tradução livre:

Aonde irá a andorinha que daqui se vai veloz e exausta,?

Por causa do vento está extraviada, busca abrigo e não vai encontrar.

Colocarei seu ninho junto à minha cama, onde ela possa passar a estação.

Também estou perdido na região, oh, santo céu, sem poder voar.

Também deixei a minha pátria idolatrada, essa mansão que me viu nascer.

Hoje minha vida é errante, angustiada e para a minha mansão não posso voltar.

Ave querida, amada peregrina, aproximarei meu coração do teu.

E vou lembrando, terna andorinha...

Lembrarei da minha pátria e chorarei


Saudade das nossas viagens

A vontade de viajar é tanta, que me animei a editar os vídeos que estavam há bastante tempo esperando por edição.
Foi muito bom rever os lugares por onde Xico e eu andamos.
Espero que gostem.
Abraço.


para ver os outros dois é só clicar nos links:


14.11.21

Giba Giba na voz de Maria Lucia

Em 2005, apresentei em Porto Alegre, o show “Um outro um - canções de Giba Giba e seus parceiros”, com a participação do Giba, do Toneco da Costa , do Thiago Carretero  e do Giovanni Berti - Perc . Foi gravado ao vivo pelo Bruno Klein .

Dois anos depois, no Porta da Toca Estúdio, gravamos algumas canções, com a participação, além de Toneco da Costa e Tiago Carretero, do Fernando Do O Neto  e do Franco Salvadoretti . A ideia era lançar o trabalho em CD.

Em 2009, vim para Florianópolis e em 2014 o Giba Giba faleceu...

Agora, em 2021, com muita alegria retomei o projeto e daqui a pouco vai estar nas diversas plataformas o álbum “Giba Giba na voz de Maria Lucia” com dez destas canções (seis gravadas em 2007 com a participação de Giba Giba em duas delas e as demais gravadas ao vivo em 2005).

Para melhor divulgar o álbum, foi produzido um clip com a música “Outro um” (parceria de Giba Giba com Xyco Mestre) editado por André Wofchuk, da Colateral Filmes, que agora compartilho com vocês.

Giba Giba foi um grande compositor e seu trabalho não pode ficar sem registro!

Um abraço a todos!

7.11.21

Paris, outubro de 1993

 Hoje, 2 de novembro, “Dia de Finados”, contei para meu neto Gabriel que ia escrever sobre uma viagem que fiz à Paris. A minha ideia é de que ele e os outros netos leiam quando eu não estiver mais por aqui, para se lembrar de mim e se alegrar. No início, ele ficou um pouco assustado, mas depois gostou da ideia. 

Como eu me lembro de como foi a viagem? Porque fazia álbuns que ainda tenho, com fotos, recortes e anotações. Teria muito para contar, mas vou poupar os meus netos e os outros possíveis leitores e tentar resumir, rsrs.


Sempre adorei viajar e foi em 1993 que ganhei um presentão dos meus pais: encontrar em Paris o meu filho Miguel (então com 14 anos), que estava vivendo com o pai na Inglaterra. Eu não o via há seis mese e estava morrendo de saudade. Naquele tempo não havia internet e uma chamada telefônica era caríssima.

Miguel na Inglaterra 

E por que em Paris? Porque lá viviam os amigos Toribio-Schmidt (Schimitão, Mary e seus filhos Rafael e René, que eram amigos do Miguel e Laetícia, então com dois aninhos). Todos me receberam de braços e corações abertos e foi um mês inesquecível e maravilhoso.

Para poder ficar este tempo na França, meu pai e minha mãe tiveram que apresentar no Consulado uma declaração de que arcavam com o custo da viagem. Como arquiteta do governo do Rio Grande do Sul meu salário não era o suficiente para fazer esta viagem.


Dia 3 de outubro cheguei a Paris emocionada e um pouco assustada. O aeroporto parecia estar em outra escala, as escadas rolantes ficavam  dentro de tubos de acrílico, parecia que eu estava em outro planeta. Schimitão estava me esperando e voltamos por uma autoestrada supermoderna. Sim, era mesmo outro planeta, rsrs

Miguel só chegaria dia 7, para ficar até o dia 20. Passamos uns dias em Barcelona, mas isto será uma outra história.

Vista do apartamento dos Toríbio-Schmidt

O apartamento, no sul de Paris, ficava no 21º andar e da janela se via o Pantheon, Notre Dame, o Sacré Coeur e o Arco do Triunfo(que não se vê na foto). À noite se via o Sacré Coeur iluminado!

No dia seguinte, começou a minha aventura. Meu francês aprendido no ginásio e no Yazigi (uma escola de línguas) ainda estava afiado e  então lá fui eu.

Queria começar visitando a Notre Dame. Mary me orientou qual o ônibus eu deveria “pegar” e onde descer. Nem sei descrever o que senti quando vi a catedral ao descer do ônibus, só lembro que não acreditei que eu estava lá, rsrs. Quando entrei me senti em um filme, com a trilha sonora de um coro de meninos e é, claro, chorei muito.

E, nos dias seguintes, segui me maravilhando e me emocionando a cada nova descoberta. As árvores em tons de outono, os monumentos que eu conhecia por fotos e filmes, tudo que eu via fazia eu me sentir em um sonho. Estava muuuuuuuuuuuuuuito feliz!

À noite, ao voltar para casa, jantávamos juntos, eu contava as minhas aventuras do dia, ríamos e era muito bom! Sempre havia alguém na rua ou no metrô que vinha me pedir informações, rsrsr, sei lá porque.

No dia 6, Schimitão me levou para um longo passeio, caminhamos, caminhamos e caminhamos. Passamos pela feira na Rue Mouffetard,  comemos “sanduiche grego”, com carne de ovelha e compramos caranguejos, tudo novidade para mim.


Andava pra lá e pra cá de ônibus e de metrô, mas, havia um problema, rsrs. No metrô, algumas vezes quando eu colocava o ticket para entrar, acendia uma luz branca e aparecia um aviso de que eu deveria colocar de novo, eu obedecia. Então, acendia uma luz vermelha com o aviso de "não válido", soava um apito, a barreira abria e fechava com força e, depois deste escândalo todo, a barreira abria! Todo mundo olhava e eu com cara de tacho morrendo de vergonha. Quando pedi ao funcionário uma explicação soube que isto acontecia com as pessoas que desmagnetizavam o ticket. Então tá...


Fui sozinha e cheia de coragem buscar o Miguel no Charlie de Gaulle e deu tudo certo. Me emocionei muito ao vê-lo, crescido e bonito. Coisa boa poder abraçar o meu filhinho de novo.
!




E lá fomos nós, passear por Paris.
Visitamos o Beaubourg, que o Miguel achou que estava em construção, rsrs. Para entrar, passamos por uma multidão de desenhistas, fazedores de trancinhas, “escrevedores” de nomes em grãos de arroz, punks com caras de maus, sem tetos com seus cachorros... No térreo uma multidão, som alto reverberando e velhinhos sentados conversando calmamante, como se estivessem em uma praça.

https://www.centrepompidou.fr/en/

E lá estavam outra vez as escadas rolantes dentro de tubos transparentes e, na medida em que íamos subindo, a cidade ia se mostrando. Muito emocionante. Vimos obras de artistas contemporâneos, o museu de arte moderna, havia cadeiras confortáveis para ver as obras, tudo tão civilizado!

No final da tarde comemos sorvete Berthillon na Ille Sant Louis. Lugar lindo, pensei em como seria bom me mudar para lá, rsrs

No domingo, 10 de outubro, Miguel, Renê e Rafael foram à Euro Disney. Adoraria ter ido e no dia seguinte, ouvindo as histórias deles, fiquei um pouco arrependida. Mas, quem sabe se eu fosse os meninos não teriam se divertido tanto, livres, leves e soltos? 

Rafael e Miguel


René e Miguel

Ao invés de ir com eles, fui visitar a mãe da Mary (o que foi muito bom) e depois fui caminhar sozinha. Ao anoitecer, apesar de ter um mapa me perdi e foi muito ruim não saber onde estava. Me assustei e foi bom ter durado pouco tempo, a sensação foi muito ruim.

Do álbum aquele que falei lá em cima: “Estou encantada com a boa convivência do moderno com o antigo. É tudo automatizado nesta cidade que tem passado por todos os cantos. Há placas nas ruas e nos prédios contando o que aconteceu naquele lugar, quem viveu ou morreu naquele prédio. Não tem outdoors e nem backlights. Viva!”.



Miguel e eu, comemoramos em Paris os 25 anos do Big Mac!



No dia 11, visitamos a Torre Eiffel. Miguel subiu até a 3ª plataforma e eu até a 2ª (este ingresso era mais barato). Depois, me arrependi porque o Miguel demorou muito para voltar. Impressionante a quantidade de turistas e de vendedores de quinquilharias (que desaparecem quando a polícia chega).



No dia em que fomos visitar o Museu d’ Orsay, Miguel preferiu ficar duas horas me esperando na frente do museu, na companhia da Monalisa.



Lá vi obras de Van Gogh, Toulouse Lautrec, Gauguin, Renoir, Manet e tantas outras que já conhecia dos livros de pintura do meu avô Sampaio, que eu via desde muito pequena na casa dele.

No café ali em frente (que aparece lá atrás na foto), paguei 20 francos por uma Coca Cola que, normalmente, custava  8 francos. E eu já sabia que não se deve comer e nem beber nada no entorno dos museus, rsrs

https://www.musee-orsay.fr/fr

Miguel adorou o Musée de l'Armée, museu da história militar, com uniformes, armas, desenhos, pinturas...



Dia 20, ele voltou para a Inglaterra e eu fiquei muito triste e sem graça.
No dia seguinte, foi dia de descanso e da minha "faxina" geral. Sozinha em casa, cuidei do cabelo, das unhas, do rosto e surpresa: o creme que passei no rosto me deu ALERGIA! Depois de alguns anos foi relançado no Brasil o creme Pond's para a pele e eu deixei para inaugurar lá. Formigava todo o rosto, mas como sempre tenho um antialérgico comigo foi só um susto, mas que susto! 


No domingo, dia 24, Schimitão me levou para mais um passeio à pé. Desta vez me mostrou também as entranhas da cidade, onde moravam os clandestinos, muitos cortiços e pobreza, triste...
No Sacré Coeur havia uma multidão, trocentos pintores vendendo quadros todos iguais e os turistas comprando, comprando, comprando.



Finalmente a minha visita ao Museu do Louvre! Não fui enquanto o Miguel estava comigo porque, em plena adolescência, ele só tinha interesse em ver a Monalisa e mais nada, rsrsr. Eu pagaria o ingresso caro e ele ficaria quantas horas me esperando lá fora? Impraticável.. 

Assim se via "ela":


Sim, rsrs, naquele tempo era assim, uma decepção. A Monalisa dentro de uma caixa de metal, com um vidro à prova de flash e na frente dela um monte de gente.
Um cartaz pedia que não tirassem fotos com flash porque o reflexo atrapalhava a visão dos demais. E adiantava? Claro que não! A luz ficava refletindo nos nossos olhos. 
Reclamei para um funcionário que me pediu para deixar por escrito na recepção e foi o que eu fiz. Me disse que já estava cansado de falar. Ah, este tal do "elemento humano"...
Mas, fiquei deslumbrada com o museu. Eu e toda a torcida do Flamengo, né? Só o prédio já fazia valer a pena a visita.
Fiz algumas fotos de que gosto bastante:





Minha amiga Nara tinha me emprestado um casaco lindo, todo forrado de pele, naturalmente, sintética e na saída do museu tive um problema. Quando entrei, tinha deixado na portaria e quando fui buscar o funcionário quando viu o casaco teve um chilique. Queria porque queria saber quem foi a pessoa que recebeu porque era proibido ficar com casaco de pele. E falava alto e rápido e a história era tão maluca que eu achei que não estava entendendo direito. Pedi que chamassem alguém que falasse castelhano. O funcionário que veio, quando soube que eu era brasileira, começou a dançar e dizer Brasil samba... Virei as costas e saí dali correndo, rsrs.

O Museu Rodin é outra maravilha: o prédio, os jardins e as obras, naturalmente. Coloco esta foto só pra me exibir porque acho linda!


No Dia de Finados, visitei cemitério Pére Lachaise, o mais famoso do mundo. Vendiam uma planta com a localização dos túmulos dos famosos que estão enterrados lá: Modigliani, Yves Montand e Simone Signoret, Balzac, Edith Piaf e Alan Kardec entre outros.
Do meu álbum:


  
De novo, do meu álbum:





Outras fotos minhas, de que gosto:










Como eu passeava sozinha, tenho poucas fotos de euzinha. 




Enfim, foi uma viagem maravilhosa, cheia de alegria, beleza, história e surpresas. Sou muito agradecida aos meus pais e à família Toríbio-Schmidt que me recebeu com tanto carinho e disponibilidade. 

 p.s. dia 5 de novembro voltei para casa. Dois dias antes iniciou uma greve da Air France no Charles de Gaulle e os sindicatos ameaçavam criar um "pandemônio", mas foi só um outro susto, rsrs